(FUVEST) O altruísmo e o pensamento a longo prazo têm lugar no mundo contemporâneo?

Contemporaneidade Líquida

    Agir em benefício do próximo, sem olhar a si próprio, remete à surpresa de muitos. O mundo conteporâneo têm pressa, exige tempo de seus habitantes, tempo este que tangencia prazeres sociais, uma vez que, parar para tomar um café tornou-se um privilégio.
    Entrar numa fila para ser atendido desperta o pior lado de algumas pessoas, que se desesperam com o tempo de espera. Ou seja, perder, no mínimo, 30 minutos do tempo que a contemporaneidade exige é um sacrifício que torna as pessoas ansiosas. O anseio impossibilita ações que geram resultadosa longo prazo, pois busca o imediatismo.
    O amor, que não é algo que se tem, mas se constrói, tornou-se um sentimento banal. Construir uma relação necessita-se de tempo e esforço. Uma sociedade onde não há tempo e, o ato de se esforçar, para algo que se desfrute no futuro, causa ansiedade, é uma sociedade volátil. Bauman em seu livro, Amores Líquidos, redige uma crítica a essa efemeridade dos relacionamentos.
    O altruísmo surpreende nos dias atuais tendo em vista o panorama da fugacidade social. Parar para ajudar o próximo exige tampo, falta-se tempo, e dedicação, que retorna à problemática da ansiedade.
    Portanto, o mundo contemporâneo posiciona-se paralelo à sororidade e à espera, perdendo valores comuns
como parar para tomar um cafe, que torna-se uma anormalidade.